segunda-feira, 26 de abril de 2010

Libertação de uma Cegonha-Branca

CERVAS
Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens
http://cervas-aldeia.blogspot.com

O CERVAS - Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (Gouveia) vem por este meio convidá-los a estar presentes nas próximas acções de devolução à Natureza de aves selvagens recuperadas neste centro:

27 de Abril de 2010, 3ª feira

Mata Nacional do Choupal (Coimbra)
15:00 - Libertação de uma Cegonha-branca (Ciconia ciconia)
Ponto de encontro: Edificio do ICNB - Mata Nacional do Choupal

Esta ave foi recolhida e entregue no CERVAS, no final do mês de Março, após ter sido recolhida pela Equipa do SEPNA da GNR de Montemor-o-Velho, dentro das instalações da Central Termoeléctrica da Figueira da Foz e chegou até este centro por intermédio da Reserva Natural do Paúl de Arzila. Esta ave encontrava-se bastante desnutrida e o seu processo de recuperação envolveu a alimentação para que pudesse alcançar o peso ideal e treinos de voo. Esta acção será realizada com a parceria do ICNB - RNPA


Para qualquer informação e/ou confirmação de presença nesta acção, agradecemos contacto para este mail (cervas.pnse@gmail.com) ou pelo telefone 962714492.




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Cegonha-branca (Ciconia ciconia)

A cegonha-branca (Ciconia ciconia) pertence à ordem dos ciconiiformes e distribui-se por todo o nosso país. Possui um comprimento entre 90 e 105cm (com o pescoço distendido) e uma envergadura entre 180 e 218cm. Pode viver até cerca de 33 anos em estado selvagem. Esta ave tem uma plumagem de cor branca com excepção das penas primárias e secundárias, as grandes coberturas e as coberturas primárias, a alula e as escapulares que apresentam uma coloração preta. A cegonha-branca possui pernas altas de coloração vermelha e pescoço longo. Os juvenis distinguem-se dos indivíduos imaturos e adultos principalmente através da coloração do bico: nas primeiras fases de vida é mais curto e quase preto, passando progressivamente para uma coloração acastanhada ou vermelho-pálido com a ponta preta, até atingir a coloração vermelha, típica dos adultos.

Apesar de ser considerada uma ave aquática, a maioria dos casais nidificantes em Portugal utiliza diversos habitats como pastagens naturais, searas, montados ou lameiros. No entanto, charcas, pequenas ribeiras, pântanos, sapais e arrozais são muito utilizados por estas aves comolocais de alimentação.

A cegonha-branca apresenta uma dieta bastante variada: insectos, lagostim-vermelho, anfíbios, pequenos mamíferos, répteis e até mesmo restos de alimento humano, que encontram em lixeiras e aterros sanitários.

Esta espécie é monogâmica e, geralmente, utiliza o mesmo ninho, ano após ano. Os casais podem nidificar isoladamente ou em colónias. Em Portugal, são conhecidas colónias constituídas por mais de 70 casais nidificantes. Esta espécie escolhe árvores, construções humanas de diversos tipos, postes e escarpas fluviais e costeiras para edificar o ninho. A postura é efectuada em Fevereiro/Março, sendo que a incubação dura 33-34 dias. O período de permanência no ninho, após a eclosão, é de aproximadamente dois meses (58-64 dias). A incubação, tal como a protecção e a alimentação das crias, é realizada por ambos os membros do casal, podendo ser criadas 1 a 5 crias.Esta cegonha é uma espécie caracteristicamente migradora e dispersiva sendo que a maioria das aves nidificantes em Portugal migra para a bacia do Rio Niger através do Estreito de Gibraltar.

Como curiosidade, a associação milenar da cegonha-branca ao nascimento de crianças está intimamente relacionada com os seus hábitos migratórios. O seu regresso à Europa, para aqui se reproduzir, coincidente com a estação da Primavera, que simboliza o renascimento da vida, tornou esta espécie num símbolo de fertilidade.

Em Portugal, a cegonha-branca tem o estatuto de “Pouco preocupante”, atribuído pelo ICNB no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal em 2005.

A destruição do habitat, a intensificação da agricultura e abandono de práticas tradicionais, a contaminação química das cadeias alimentares, o abate ilegal e a electrocussão são os principais factores de ameaça a esta espécie.